terça-feira, 28 de agosto de 2012


O DESMATAMENTO




Área destruída pela ação do homem
O desmatamento é um processo que ocorre no mundo todo, resultado do crescimento das atividades produtivas e econômicas e, principalmente, pelo aumento da densidade demográfica em escala mundial, pois isso coloca em risco as regiões compostas por florestas.

A exploração que naturalmente propicia devastação através das atividades humanas já dizimou, em cerca de 300 anos, mais de 50% de toda área de vegetação natural em todo mundo.

A atividade de extrativismo vegetal é extremamente importante em vários países como o Brasil, com predomínio de florestas tropicais, assim como a Indonésia e o Canadá com florestas temperadas, e essa extração coloca em risco diversos tipos de vegetações distribuídas no mundo.

Atualmente a destruição ocorre em “passos largos”, podendo ser medida, pois anualmente são devastados cerca de 170.000 km2. Os causadores da crescente diminuição das áreas naturais do planeta são a produção agrícola e pastoril, com a abertura de novas áreas de lavoura e pastagens; o crescimento urbano, a mineração e o extrativismo animal, vegetal e mineral.

Essa exploração é característica da Ásia, que, por meio da extração de madeira, já destruiu 60% de toda a floresta. No Brasil, o número é pouco menor, mas não menos preocupante.

As consequências da retirada da cobertura vegetal original são principalmente perdas de biodiversidade, degradação do solo e o aumento da incidência do processo de desertificação, erosões, mudanças climáticas e na hidrografia.

Desmatamento e Poluição do ar






Queimada: agente poluidor.
O mundo atual enfrenta uma série de problemas de caráter ambiental, os principais são o desmatamento de florestas naturais e a poluição do ar, que provoca a emissão de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera.

O desmatamento de florestas consiste na retirada da cobertura vegetal existente, que pode ocorrer por meio do corte de árvores ou mesmo por queimadas, essa prática coloca em risco importantes ecossistemas, como as florestas equatoriais e tropicais em partes distintas do planeta, sobretudo na Amazônia, Congo e sudeste asiático, além de comprometer a existência de coberturas vegetais mais restritas, como as florestas boreais (taiga e coníferas).

Nos últimos trinta anos, todas as florestas citadas sofreram uma exploração muito intensa, isso para satisfazer os interesses econômicos das sociedades capitalistas e dos seus altos índices de consumo.

A queimada não é o único fator de emissão de CO2, outro agente poluidor é a queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo), o processo de combustão ocorrido nos veículos automotores gera esse gás, que também é emitido pelas termoelétricas e indústrias siderúrgicas.

A classe científica considera a emissão de CO2 o principal agente causador do fenômeno do efeito estufa e aquecimento global, pois esse gás fixa-se na atmosfera, impedindo que ocorra a irradiação dos raios solares.

Para tentar diminuir a emissão de dióxido de carbono foi criado o Protocolo de Kyoto, que visa à implantação de metas de redução, principalmente, para os países desenvolvidos, no entanto, o maior emissor, Estados Unidos, nega-se a assinar tal protocolo. Apesar disso, a maioria dos países que compõe o G-8 (Grupo dos oito países mais ricos e industrializados do mundo) já aderiu a esse acordo.


Problemas Ambientais Brasileiros



O processo de desmatamento por queimadas.
Os problemas ambientais de âmbito nacional (no território brasileiro), relacionados à degradação da diversidade biológica ocorrem desde a época da colonização, estendendo-se aos subsequentes ciclos econômicos (pau-brasil, cana, café, ouro).

Atualmente, os principais problemas estão relacionados com as práticas agropecuárias predatórias, o extrativismo vegetal (atividade madeireira) e a má gestão dos resíduos urbanos.

Sendo os principais agravantes de ordem rural e urbana, os seguintes:

- perda da biodiversidade em razão do desmatamento e das queimadas;
- degradação e esgotamento dos solos decorrente das técnicas de produção;
- escassez da água pelo mau uso e gerenciamento das bacias hidrográficas;
- contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário;
- poluição do ar nos grandes centros urbanos.

O índice de desmatamento em nosso território é tão alarmante que chega a pontuar proporcionalmente o Brasil como o segundo país, atrás apenas da China, com maiores áreas devastadas em todo o mundo.

A intensiva extração de madeira.
A floresta Amazônica, tida como a maior reserva natural do planeta, já teve cerca de 15% de sua área original desmatada, e de Mata Atlântica restam apenas 7% de sua composição silvestre.

De acordo com ambientalistas, na Amazônia, uma área de aproximadamente 50 mil km2 é atingida por queimadas em períodos de um ano. Por causa disso, ocorre um empobrecimento do solo, acelerando o processo de desertificação. A fumaça liberada, além de causar problemas à saúde, também contribuem para o aquecimento do planeta e as alterações climáticas.

O Impacto social frente ao ambiental.
Diante dessa situação degradante, é necessário que cada cidadão assuma uma postura ambientalista, reivindicando de nossos representantes (do poder público) a intensificação de ações e programas preventivos que realmente combinem o desenvolvimento econômico do país com os princípios de sustentabilidade ecológica.


Floresta Amazônica





Floresta Amazônica é rica em biodiversidade.
Floresta Amazônica é rica em biodiversidade.
A maior floresta tropical do mundo

A flora amazônica ainda é praticamente desconhecida. Com um fantástico potencial de plantas utilizáveis para o paisagismo, é constituída principalmente de plantas herbáceas de rara beleza, pertencentes às famílias das Arácea, Heliconiaceæ, Marantácea, Rubiácea, entre outras. Essa flora herbácea, além do aspecto ornamental, seja pela forma ou pelo colorido da inflorescência, desempenha vital função no equilíbrio do ecossistema.
Como exemplo, temos as helicônias, com uma grande variedade de espécies com coloridas inflorescências. São de presença marcante nas nossas matas úmidas e tem uma importante função no equilíbrio ecológico. No continente americano, as helicônias são polinizadas exclusivamente pelos beija-flores que, por sua vez, são os maiores controladores biológicos do mosquito palha Phletbotomus, transmissor da leishmânia, muito abundante na Amazônia desmatada.

A alimentação dos beija-flores chega a ser de até 80% de néctar das helicônias na época da floração das espécies.
Com poucas espécies herbáceas e a grande maioria com espécies de grande porte, as palmeiras têm uma exuberante presença nas matas ribeirinhas, alagadas e nas serras, formando um destaque especial na paisagem amazônica. Muitas palmeiras amazônicas, como tucumã, inajá, buritirana, pupunha, caioué e outras espécies de classificação desconhecida foram muito pouco ou nada utilizadas para o paisagismo.
Quanto às árvores, o vastíssimo mar verde amazônico tem um número incalculável de espécies. Algumas delas, endêmicas em determinadas regiões da floresta, foram ou estão sendo indiscriminadamente destruídas, sem que suas propriedades sejam conhecidas. Dentre as árvores mais conhecidas utilizáveis para o paisagismo, estão o visgueiro, os ingás, a sumaúma, muitas espécies de figueiras, os taxizeiros, a moela de mutum, a seringueira e o bálsamo.

Crescendo sob as árvores amazônicas, encontram-se plantas epífitas, como: bromélias, orquídeas, imbés e cactos. Essas plantas são importantes para a fauna que vive exclusivamente nos galhos e copas das árvores. Dentre os animais que se integram na comunidade epífita, temos os macacos, os saguis, as jaguatiricas, os gatos-do-mato, lagartos, araras, papagaios, tucanos e muitos outros que se especializaram nesse habitat acima do solo. Com o corte das árvores, as epífitas desaparecem e, com elas, toda a fauna associada.
Muitas dessas plantas epífitas de rara beleza foram muito bem retratadas pela pintora Margaret Mee, durante as várias excursões que realizou na floresta amazônica. Outrora abundantes em determinadas regiões, hoje grande parte dessas plantas se encontra em populações reduzidas.

Certamente a região amazônica tem um gigantesco potencial madeireiro, de plantas utilizáveis para o paisagismo e de espécies vegetais com substâncias para uso medicinal. Mas é necessário que tais recursos sejam mantidos de forma renovável. A floresta amazônica ensina que o extrativismo indiscriminado apenas desertifica, pois ela é mantida pela camada de húmus em um solo fresco, muitas vezes arenoso.
Portanto, é imprescindível utilizar a floresta de uma forma racional. Explorando-a, mas renovando-a com as mesmas espécies nativas; e, principalmente, preservando as regiões de santuários de flora e fauna, que muito valerão, tanto no equilíbrio ecológico, quanto no regime de chuvas e na utilização para o turismo. A amazônica, com seus 6,5 milhões de Km² é a maior floresta tropical do mundo. Abrangendo nove países, ocupa quase metade da América do Sul. A maior parte da floresta – 3,5 milhões de Km²– encontra-se em território brasileiro.

Essa área, somada à da Mata Atlântica, representa 1/3 do total ocupado por floresta tropicais no planeta. Além da mata, existem na Amazônia áreas de cerrados e outras formações diversas, perfazendo um total de 5,029 milhões de Km², conhecido como Amazônia legal. Com relação ao relevo, encontrando ali três formações principais. Ao sul localiza-se o planalto Central; ao norte, o planalto das Guianas; e, ao centro, a planície sedimentar amazônica, todos com altitudes inferiores a 1500m. Na planície amazônica destacam-se dois tipos de relevo: as várzeas, que por se estenderem ao longo dos rios estão sempre inundadas, e as terras firmes, que cobrem a maior parte da planície e constituem o domínio da grande floresta.

Enorme riqueza sobre solo pobres

O solo amazônico apresenta baixos índices de nutrientes, é ligeiramente ácido e bastante arenoso, características que permitem classificá-lo como extremamente pobre. A presença de grande quantidade de matéria orgânica, carregada desde os Andes pelos rios, faz das várzeas as únicas áreas agricultáveis da Amazônia.
Na verdade, como em toda mata tropical, os nutrientes minerais encontram-se quase totalmente na biomassa vegetal ficando uma pequena quantidade no solo, sobretudo na camada superficial de húmus. A rápida reciclagem desses nutrientes, decompostos pelos micro-organismo do solo e reabsorvido pelas árvores, garante o equilíbrio necessário a manutenção da floresta. A única função revelante do solo é a de dar suporte físico à vegetação. De acordo com estudos do projeto Radam – Brasil, apenas pouco mais de 10% da Amazônia possui solo de fertilidade compatível com as atividades agrícolas.

As águas e o clima: um casamento indissolúvel

O sistema hídrico da região amazônica é o mais imponente do mundo. O rio Amazonas e seus mais de mil afluentes formam uma bacia que comporta 1/5 de toda a água doce em forma líquida do planeta. Nascendo na geleira de Yarupa, no Peru, a uma altitude de 5000m, e possuindo 6500 km de extensão, com largura de até 100 km, o Amazonas é o maio rio do mundo em volume de água, e o segundo maior em extensão. Sua declividade no território brasileiro é de apenas 65m, e a profundidade pode atingir 100m. Outras bacias importantes na região são a do Tocantins-Araguaia e a do Orinoco.
O clima é quente quase o ano inteiro, com uma temperatura média de 25ºC, pouco flutuante ao longo das estações. A região mais úmida do país apresenta uma pluviosidade média de 2000 mm ao ano. As chuvas ocorrem no inverno, que dura aproximadamente 150 dias, e caem sob a forma de grandes temporais. O encontro de duas massas de ar, uma vinda do Atlântico norte, e outra, do Atlântico sul, é responsável por essas chuvas, sempre seguidas de céu limpo. Das chuvas que caem na bacia Amazônia, 50% provêm de água evaporada na própria bacia. A chuva resfria o ar acima da copa das árvores e este, ao se chocar com o ar mais quente do interior da mata, provoca a condensação que irá formar novas nuvens. No verão, as nuvens formadas sobre a mata deslocam-se para o sul e são responsáveis pelas chuvas de todo o planalto Central brasileiro.

A incrível diversidade biológica 

Calcula-se que dentro da floresta amazônica convivem em harmonia mais de 20% de todas as espécies vivas do planeta, sendo 20 mil de vegetais superiores, 1400 de peixes, 300 de mamíferos e 1300 de pássaros, sem falar das dezenas de milhares de espécies de insetos, outros invertebrados e micro-organismos. Para se ter ideia do que isso significa, existem mais espécies vegetais num hectare de floresta amazônica de que em todo o território europeu. A castanheira é o exemplo mais típico de árvore amazônica, sendo uma das mais imponentes da mata. De toda essa variedade, metade permanece ainda desconhecida da ciência, havendo muitas espécies endêmicas, ou seja, que vivem apenas numa localidade restrita, não ocorrendo em outras regiões.
A vegetação pode ser classificada em: mata de terra firme (sempre seca), mata de várzea (que se alaga na época das chuvas) e mata de igapó (perenemente alagada). Como já dissemos, existem, também, em menor quantidade, áreas de cerrado, campos e vegetação litorânea.

O equilíbrio natural da floresta

A Amazônia, como floresta tropical que é, apresenta-se como um ecossistema extremamente complexo e delicado. As imensas árvores retiram do solo toda a matéria orgânica nele existente, restando apenas um pouco na fina camada de húmus, onde os decompositores garantem a reciclagem de nutrientes. A retirada desses minerais é tão intensa que alguns rios amazônicos têm suas águas quase destiladas. Ficando praticamente sem matéria orgânica, os peixes e animais aquáticos dependem, para se alimentar, das folhas e dos frutos que caem das árvores. Para que possa ocorrer a reciclagem dos nutrientes, é preciso haver um grande número de espécies de plantas, pois cada uma desempenha uma função no ecossistema. As monoculturas naturalmente comprometem esse mecanismo e, por isso mesmo, não são recomendáveis.

Os animais, que se alimentam das plantas ou de outros animais, também contribuem, com suas fezes, para o retorno da matéria orgânica ao solo. Além disso, eles têm importante participação na polinização das flores e na dispersão dos frutos e das sementes.

As constantes chuvas que caem na Amazônia têm um papel fundamental na manutenção do ecossistema. Muitas vezes as águas nem chegam a atingir o solo, uma vez que ficam retidas nas diversas camadas de vegetação, sendo rapidamente absorvidas ou evaporando-se ao término da chuva. São elas que garantem a exuberância da floresta.
Todos os elementos, clima, solo, fauna e flora, estão tão estreitamente relacionados que não se pode considerar nenhum deles como o principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio, e a ausência de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema.

Retirando-se a vegetação, por exemplo, esta levaria consigo a maior parte dos nutrientes, e o pouco que restasse seria carregado pelas fortes chuvas que passariam a atingir diretamente o solo. Sem a existência dessa matéria orgânica, a floresta não conseguiria se reconstituir, e a tendência natural seria sua desertificação. Dificilmente, porém, teríamos um deserto total, pois a permanência dos ventos alíseos oriundos do oceano seria capaz de garantir a umidade necessária para algumas formas de vegetação.

Mas de qualquer maneira o ecossistema estaria destruído. E qual seria a consequência disso para o globo?
Durante muito tempo atribuiu-se à Amazônia o papel do “pulmão do mundo”. Hoje sabe-se que a quantidade de oxigênio que a floresta produz durante o dia, pelo processo da fotossíntese, é consumido à noite. No entanto, em razão das alterações climáticas que causa no planeta, ela vem sendo chamada de “o condicionador de ar”. “O desmatamento da Amazônia pode, aparentemente, causar alterações no clima de todo o planeta, com uma possível elevação da temperatura global pela eliminação da evapotranspiração”. Além disso, o gás carbônico liberado pela queima de suas árvores poderia contribuir para o chamado efeito estufa, novamente aquecendo a atmosfera.

Mata Atlântica





Aspecto da Mata Atlântica
Considerada um dos biomas mais ameaçados do planeta, a Mata Atlântica é o domínio de natureza mais devastado do Brasil. Ela estende-se do Piauí ao Rio Grande do Sul, e correspondia a, aproximadamente, 15% do território nacional, no entanto, a intensa devastação desse bioma para plantação de cana-de-açúcar, café, mineração e outras atividades econômicas, reduziram drasticamente essa cobertura vegetal, restando, atualmente, apenas 7% da mata original, localizada principalmente na Serra do Mar.
A Mata Atlântica é composta por um conjunto de fisionomias e formações florestais, com estruturas e interações ecológicas distintas em cada região, ela está na faixa de transição com os mais importantes biomas do Brasil: caatinga, cerrados, mangues, campestres e planaltos de araucárias.
Seu clima predominante é o tropical úmido, no entanto, existem outros microclimas ao longo da mata. Apresenta temperaturas médias elevadas durante o ano todo; a média de umidade relativa do ar também é elevada. As precipitações pluviométricas são regulares e bem distribuídas nesse bioma. Quanto ao relevo, é caracterizado por planaltos e serras.
A importância hidrográfica da Mata Atlântica é grande, pois essa região abriga sete das nove maiores bacias hidrográficas do país, entre elas estão: Paraná, Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.
Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies da flora e da fauna. Sua vegetação é bem diversificada e é representada pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jambo, jatobá, imbaúba, jequitibá-rosa, jacarandá, pau-brasil, entre outras. Esses dois últimos (jacarandá e pau-brasil) são o principal alvo da atividade madeireira, fato que ocasionou sua redução e quase extinção.

Mico-leão
A fauna possui várias espécies distintas, sendo várias delas endêmicas, ou seja, são encontradas apenas na Mata Atlântica. Entre os animais desse bioma estão: tamanduá, tatu-canastra, onça-pintada, lontra, mico-leão, macaco muriqui, anta, veado, quati, cutia, bicho-preguiça, gambá, monocarvoeiro, araponga, jacutinga, jacu, macuco, entre tantos outros.
Existe uma grande necessidade de políticas públicas para a preservação da Mata Atlântica, visto que da área original desse bioma (1,3 milhão de km2) só restam 52.000 Km2. Outro fator é a quantidade de espécies ameaçadas de extinção: das 200 espécies vegetais brasileiras ameaçadas, 117 são desse bioma. Conforme dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Mata Atlântica abriga 383 dos 633 animais ameaçados de extinção no Brasil. 





Mata de Araucárias




Mata Araucária ainda preservada.
As Matas de Araucárias são encontradas na Região Sul do Brasil e nos pontos de relevo mais elevado da Região Sudeste. Existem pelo menos dezenove espécies desse tipo de vegetação, das quais treze são endêmicas (existe em um lugar específico). São encontradas na Ilha Norfolk, sudeste da Austrália, Nova Guiné, Argentina, Chile e Brasil.

Essa cobertura vegetal se desenvolve em regiões nas quais predomina o clima subtropical, que apresenta invernos rigorosos e verões quentes, com índices pluviométricos relativamente elevados e bem distribuídos durante o ano. A araucária é um vegetal da família das coníferas que pode ser cultivado com fins ornamentais, em miniaturas.

O Pinheiro-do-Paraná ou Araucária (Araucaria angustifolia) era encontrado com abundância no passado, atualmente no Brasil restaram restritas áreas preservadas.

As árvores que compõem essa particular cobertura vegetal possuem altitudes que podem variar entre 25 e 50 metros e troncos com 2 metros de espessura. As sementes dessas árvores, conhecidas como pinhão, podem ser ingeridas, os galhos envolvem todo o tronco central. Os fatores determinantes para o desenvolvimento dessa planta é o clima e o relevo, uma vez que ocorre principalmente em áreas de relevo mais elevado.

Outra particularidade das araucárias é a restrita ocorrência de flores, provenientes das baixas temperaturas; além de não desenvolver outros tipos de plantas nas proximidades dos pinheiros. Diante disso, a composição paisagística dessa vegetação fica caracterizada principalmente pelo espaçamento entre as árvores, pois não existem vegetais de pequeno porte que poderiam fazer surgir uma vegetação densa; essas são compostas por florestas ralas.

Infelizmente, no Brasil, a proliferação das Araucárias está bastante comprometida e corre sério risco de entrar em extinção, fato decorrente das atividades produtivas desenvolvidas há várias décadas na região, especialmente na extração de madeira e ocupação agropecuária, reduzindo a 3% a forma original.






O DESMATAMENTO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Uma das principais atitudes que prejudica e destrói as florestas é o desmatamento. Este processo de destruição, em grande escala, das florestas, que já atinge a metade das matas nativas do mundo. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), as florestas cobrem atualmente cerca de 33.000.000 de km² (12.000.000 são tropicais, 21.100.000 são temperadas e 200.000.000 são mangues), número que corresponde a 22% das terras emersas do planeta.
A Organização de Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, entre 1981 e 1990, foram derrubados 150.000.000 de ha de matas tropicais no mundo. Na Amazônia, segundo dados do governo brasileiro, a taxa de desmatamento cresceu 34% depois de 1992: a extensão devastada, que até 1991 totalizava 11.130 km², passou a 14.896 km² no ano de 1996. As regiões de proteção ambiental abrangem apenas 6% das florestas remanescentes, área equivalente à do México.

Em poucos anos a floresta Amazônica já perdeu cerca de 10% do seu domínio original. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% das terras que hoje pertencem ao nosso país eram ocupadas por matas. Desde então, simultaneamente à ocupação do território e à expansão do povoamento, o território brasileiro começou a ser desmatado.
OS MOTIVOS DA DEVASTAÇÃO - Eles têm sido diversos: obtenção de lenha para as fornalhas dos engenhos de açúcar, limpeza do terreno para a instalação de lavouras ou de pastagens para o gado, exploração da madeira etc.
A primeira floresta a ser devastada foi a mata Atlântica e, restam hoje apenas 5% daquilo que ela era originalmente. A extensão das florestas brasileiras corresponde atualmente a menos de 30% da superfície do país.
FORMAS DE DESMATAMENTO – Uma das principais formas de desmatamento têm sido as queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária. A expansão dos centros urbanos, a construção de estradas e a implantação de grandes projetos agrominerais e hidrelétricos também motivam as devastações. Outra causa importante é a comercialização da madeira e, em menor grau, o extrativismo de inúmeras outras espécies de interesse econômico. Segundo a WWF, em 1991 a exploração mundial dos recursos florestais rendeu cerca de US$ 400 bilhões.
A extração de madeira – matéria-prima para a construção de moradias e importante fonte de energia – responde por grande parte desse valor. Em países como Zaire, Tanzânia e Gabão, a atividade corresponde a até 6% do PIB. Em Camarões, o desmatamento aumentou 400% desde 1993.
É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.
IMPACTOS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS NATURAIS - Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das tropicais, as mais ricas em biodiversidade.
E por que ocorre com tanta avidez o desmatamento de milhares de quilômetros quadrados de florestas tropicais? Essa devastação ocorre basicamente por fatoreseconômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático. A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Não levam em conta os interesses das comunidades, nem os interesses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos transnacionais, interessados apenas em auferir altoslucros.

Desmatamento da Amazônia leva à descoberta e à extinção de espécies

DA FRANCE PRESSE
Na Amazônia peruana uma espécie de ave é descoberta ao ano e uma de mamífero a cada quatro, mas paradoxalmente cada nova descoberta faz parte de uma tragédia, pois ocorre devido ao desmatamento realizado por empresas de petróleo, mineradoras e madeireiras. Em muitos casos, a descoberta de uma nova espécie caminha lado a lado com o começo de sua extinção.
"As descobertas de aves, mamíferos e outras espécies na maioria ocorrem devido não a uma pesquisa científica, que custa muito dinheiro, mas pela presença de empresas petroleiras, mineradoras e de corte de árvores", disse à AFP Michael Valqui, da ONG conservacionista WWF-Peru (Fundo Mundial para a Natureza).
"Este tipo de descoberta põe em risco a espécie que se descobre, já que pode entrar em risco de extinção porque este lugar é seu único hábitat, devido ao clima ou bacia", acrescentou.
Entre as novas espécies descobertas nos últimos cinco anos estão a rã 'Ranitomeya amazonica', com coloração de fogo na cabeça e patas azuis, o papagaio-de-testa-branca e o beija-flor-de-colar-púrpura.
O Peru é o quarto país do mundo em extensão florestal, com 700 mil quilômetros quadrados de florestas tropicais amazônicas, que contribuem para reduzir o aquecimento global e abrigam grande biodiversidade.
Em outubro, mais de 1.200 novas espécies foram apresentadas em uma cúpula das Nações Unidas sobre biodiversidade. Delas, cerca de 200 foram descobertas na Amazônia peruana.
A região tem 25.000 espécies de plantas --10% do total mundial-- e é o segundo lugar do mundo com mais diversidade de aves, abrigando 1.800 espécies. Também ocupa o quinto lugar do mundo no que diz respeito à diversidade de mamíferos (515 espécies) e répteis (418 espécies).
Ernesto Ráez, diretor do Centro para a Sustentabilidade Ambiental da Universidade Cayetano Heredia, de Lima, comenta: "O número de espécies que desaparece para sempre no mundo todos os dias é muito superior ao número de espécies que descobrimos todos os dias. Há espécies, em outras palavras, que desapareceram antes que as tenhamos conhecido."
A Amazônia peruana deve fazer frente a um agressivo programa estatal de exploração petroleira e mineradora, que tem confrontado o governo e as comunidades indígenas do local.
"Uma empresa mineradora ou de hidrocarbonetos não é, em si mesma, destrutiva; a chave é se é limpa ou não", explicou Gérard Hérail, do IRD (sigla em francês de do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento de Lima).
Segundo os cientistas, a lagartixa de Lima, um animal de hábitos noturnos encontrado apenas em "huacas" (santuários arqueológicos) da capital peruana, está prestes a se extinguir, enquanto outras espécies já desapareceram, como o rato endêmico da "lomas" ou encostas (Calomys sp, um ratinho orelhudo).
"Os arqueólogos, ao limpar as 'huacas' para sua restauração, destroem o habitat da lagartixa de apenas dois a três centímetros, com cor avermelhada, que vive nos recantos e locais escuros do local", disse Valqui, do WWF-Peru.
Em 2009, o governo propôs, perante um organismo internacional sobre mudanças climáticas a preservação de 540 mil quilômetros quadrados de florestas e reverter processos de corte e queima para reduzir o desmatamento.
Atualmente, há no Peru 70 áreas naturais protegidas, que ocupam 200 mil quilômetros quadrados, 15% do território nacional.
"Faltam sinais claros para dizer até onde o país vai na defesa de sua biodiversidade", disse à AFP Iván Lanegra, defensor adjunto para o Meio Ambiente da Defensoria do Povo.
Para Nicolás Quinte, biólogo guia do parque nacional do Manu, no Amazonas, deve-se promover "as atividades que não sejam claramente extrativistas, mas também produtivas e que sejam sustentáveis com o passar do tempo. Uma delas pode ser o turismo que usa a floresta sem destruí-la."




CEF vai bancar preservação do cerrado

Cerrado Mato-grossense - região de Barra do Garças-Mt - Foto: Salustra Padilha Carvalho Haubert/Clube Geo/2010
A Caixa Econômica Federal financiará ações para conservação do Cerrado, por meio do recém-criado Fundo Socioambiental da CAIXA. Caberá ao Ministério do Meio Ambiente lançar um edital de seleção pública das entidades para execução do projeto. O lançamento será na sexta.
O primeiro projeto a sair do papel será o Projeto Mosaico Sertão Veredas - Peruaçu. A região abrange uma área de 15 mil Km², equivalente a aproximadamente três vezes a área do Distrito Federal, nos 11 municípios. Em Minas Gerais: Arinos, Bonito de Minas, Chapada Gaúcha, Cônego Marinho, Formoso, Itacarambi, Januária, Manga, Urucuia e São João das Missões. No estado da Bahia: Cocos.


O Brasil das hecatombes ambientais!


ROMILDO GONÇALVES


Quando falamos em preservação ambiental e qualidade de vida no Brasil, percebemos que muito pouco foi efetivamente feito nestes 500 anos de existência, se não vejamos:

Desde seu descobrimento o país vem tentando implantar um plano de prevenção e controle de desastres ambientais e até hoje esse plano não saiu do papel. Incompetência ou desinteresse dos gestores?

Todo o ano é a mesma coisa. Calamidades públicas se repetem em todo o país: incêndios florestais, enchentes, deslizamentos... Chega o período de estiagem ou período das chuvas e a coisa se complica: vidas são aleatoriamente queimadas ou sufocada por enchentes, deslizamento...

Estamos em julho de 2012e até o momento não há qualquer ação prática dos governos central, estadual ou municipais visando à prevenção de desastres ambientais com fogo florestal para a estiagem em curso, ou seja, planejamento estratégico para prevenir, controlar e combater impactos antropogênicos! E daí?

Fala-se muito em leis decretos, portarias... Algo teórico efêmero que não tem sustentabilidade prática para evitar destruições previsíveis que podem ser evitados, não há, até o momento, por exemplo, aceiramento preventivo nas margens de vias públicas responsáveis por 60% dos incêndios florestais; capacitação de brigadistas e formação de brigadas em polos estratégicos do Estado; aquisição de material de combate a fogo em tempo hábil...cursos palestras, seminários e campanhas educativas na mídia...

Questões essenciais que precisam ser postas em prática para evitar esse mal recorrente anualmente nos ecossistemas brasileiro. Será que vivenciaremos uma nova hecatombe ambiental no país? Há fortes evidências para que isso ocorra. Queira Deus que não!

Por sorte os fenômenos naturais este deste ano alongaram o período das chuvas até o mês de junho possibilitando a chegada tardia da estiagem, em ambientes naturais ou antropizados na Amazônia, na Mata Atlântica, nos cerrados...Por outro lado se não cuidarmos rápido milhões de vidas animal e vegetal serão dizimadas para sempre, com fogo florestal ou sufocadas pela fumaça.

Gente abarrotando, hospitais, clínicas e centros de saúde também causarão transtorno na já combalida rede de saúde pública brasileira, não é mesmo? E as autoridades? Há as autoridades?

Estamos no momento vivenciando dois extremos no país: seca no Nordeste e chuvas no Sudeste, com efeitos devastadores sobre a vida e a dignidade humanas, causados fundamentalmente por descuido humano. Esse fato aconteceu em 2011, 2010, 2009, 2008, 2007, 2006... Certamente, não podemos descartá-los em 2012. E as autoridades? Há as autoridades?

Como se vê, são tragédias extremamente graves previsíveis que expõem de forma nua e crua a falta de seriedade na gestão pública brasileira, a maneira desrespeitosa como se trata o meio ambiente e vida no país. Uma vergonha, não?

O ano de 2012 chegou trazendo com ele os fenômenos La Niña e El Niño. Logo a estiagem estará por aqui e com ela muito fogo florestal no país. Será mais uma hecatombe a ser enfrentada! Este é o Brasil que queremos? Com a palavra, as autoridades constituídas! Seguramente, aparecerá gente gritando, esperneando, fazendo pirotecnia na mídia, falando ao vento sobre meio ambiente, sobre planos mirabolantes, culpando gestores anteriores e distribuindo dinheiros aos quatro cantos, porém a questão mais uma vez não será resolvida.

No meio desse pandemônio é bom lembrar que com a água derramada, ou o fogo espalhado, não adianta gritar. Na última década o governo federal investiu 700 milhões na prevenção de desastres naturais e antropogênicos, por outro lado já gastou cinco bilhões para tentar reparar esses mesmos estragos! Não seria mais econômico investir em prevenção?

ROMILDO GONÇALVES é biólogo, mestre em Educação e Meio Ambiente, perito ambiental em Fogo Florestal e prof.-pesquisador da UFMT/Seduc 

sábado, 25 de agosto de 2012

ONU: desmatamento mundial é alarmante

Com uma perda de 13 milhões de hectares de florestas no mundo a cada ano, principalmente na América do Sul e na África, o desmatamento continua em um "ritmo alarmante", aponta um relatório da Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) divulgado nesta segunda-feira.
O estudo analisa os recursos florestais de 229 países e territórios de 1990 a 2005, e representa o trabalho "mais exaustivo de que se dispõe atualmente", segundo a FAO. As florestas ocupam hoje em dia cerca de 4 bilhões de hectares, ou 30% da superfície habitável do planeta, o que equivale a uma média de 0,64 hectare por habitante.
"O desmatamento, principalmente a conversão de florestas em terras agrícolas, prossegue em um ritmo alarmante, e faz cerca de 13 milhões de hectares desaparecerem por ano", destaca o relatório. "Ao mesmo tempo, a plantação de árvores, a reabilitação de paisagens e a extensão natural das florestas reduziram de forma significativa a perda líquida de superfície florestal", dizem os autores do estudo.
A diferença entre destruição e reflorestamento traduziu-se no período 2000-2005 na perda "líquida" de 7,3 milhões de hectares por ano de superfície florestal. Essa cifra é inferior à registrada na década 1990-2000, quando as perdas líquidas médias eram de 8,9 milhões de hectares por ano, lembra a FAO.
Entre 2000 e 2005, a superfície florestal aumentou em cerca de 2,8 milhões de hectares por ano, embora represente menos de 5% do conjunto de florestas. Um total de 140 milhões de hectares são destruídos por ano devido aos incêndios ou "agentes destrutivos", como insetos e doenças.
Dois terços das florestas estão concentrados em 10 países: Rússia (809 milhões de hectares), Brasil (576), Canadá (310), Estados Unidos (303), China (197), Austrália (164), República Democrática do Congo (134), Indonésia (88), Peru (69) e Índia (68).
As duas regiões que registraram a maior destruição de florestas entre 2000 e 2005 foram América do Sul e África, onde foram perdidos 4,3 milhões e 4 milhões de hectares por ano, respectivamente. A Ásia foi a única grande região onde essa tendência se reverteu. O continente registrou "um aumento líquido de florestas nesse período, principalmente devido ao reflorestamento em larga escala na China", destaca o relatório.
Em nível mundial, mais de um terço (37%) das florestas são do tipo primário, ou seja, sem sinal visível de atividade humana e onde os processos ecológicos não foram sensivelmente perturbados. Mas essas florestas primárias "sofrem um declínio em massa, devido à intervenção humana", e essa rápida destruição continuou nos últimos cinco anos, apesar dos esforços de países como Japão e Malásia, lamenta a FAO.
Diretamente afetada pelo desmatamento, "parte das espécies raras de árvores e aquelas cujo valor é muito alto correm o risco de extinção", e em média 5% das espécies nativas de um país "estão em risco ou risco crítico de extinção", aponta o relatório.
Introdução e análise geral dos problemas
Não é meu objetivo ser simplesmente mais um a criticar e apontar defeitos, sem apresentar propostas concretas e exequíveis dentro das nossas possibilidades e da realidade da nossa nação.Antes de qualquer consideração, quero deixar claro que não tenho nenhum interesse político com esta iniciativa, não represento nenhuma comunidade, nem tenho qualquer ligação partidária com quem quer que seja. As propostas aqui apresentadas não deverão em nenhuma hipótese serem reputadas como reivindicações, mesmo porque elas não visam interesses pessoais ou unilaterais. Antes, têm como objetivo o bem comum.Na visão de todos os brasileiros e de muitos estrangeiros, o Brasil é o tipo de nação que teria tudo para dar certo em todos os aspectos e ser o melhor país do mundo para se morar. No entanto, infelizmente não é.Temos um imenso território invejado por muitas nações “nanicas” e no entanto, a má distribuição geográfica da população faz com que boa parte dela more em condições precárias, “entupindo” os grandes centros urbanos e gerando uma série de problemas de ordem social.Somos um país continental, com apenas 14 habitantes por km² e com mão-de-obra abundante. Se compararmos com a Inglaterra, com seus trezentos e tantos habitantes por km², ou com a China, com mais de 100 habitantes por km², ou com a Holanda, com seus 440 habitantes por km², veremos o quanto o Brasil é privilegiado nesse aspecto geográfico e, no entanto, não se prevalece disso. A população brasileira se caracteriza, sob o aspecto demográfico por baixa densidade, com muitas áreas semi-povoadas e composição com prevalência de jovens. Como consequencia, ocorre a incidencia de elevados encargos para a população economicamente ativa e crescentes necessidades de infra-estruturas educacionais e habitacionais. Alem disso, a elevada taxa de natalidade entre as famílias pobres eleva o número de menores abandonados, os quais vivem entre privações sociais e a criminalidade. A desnutrição infantil ainda é frequente no sertão nordestino, onde a taxa de mortalidade infantil é um estigma crônico e aterrador. Tudo isso é o retrato de uma desequilibrada distribuição que existe no país, seja a nível geográfico ou econômico.A densidade tem diferente importância numa civilização agrícola primitiva e numa civilização moderna industrial. O crescimento descontrolado da população exige uma abordagem não só biológica, ou antropológica e demográfica, mas tambem médica, econômica, sociológica, jurídica, política e religiosa. Huxley foi claro em sua previsão: "Esta é a última geração capaz de tratar livremente o problema populacional. A sucessiva será compulsoriamente compelida a fazê-lo".
A necessidade de um controle de natalidade eficaz e acessível a todos
O controle da natalidade é uma necessidade para países emergentes, como o Brasil, em que as condições de educação e saúde são deficitárias e insuficientes. A postura de algumas entidades governamentais e religiosas ao reprovar os métodos contraceptivos, além de retrógrada é desumana, pois parece ignorar que a maior parte dos inúmeros casais pobres sem condições de criarem filhos, só não adotam os meios anti-concepcionais porque não têm recursos financeiros ou esclarecimentos para praticá-lo.
Isto significa que, se houvessem recursos e informações básicas acessíveis a essa população mais pobre, no sentido de reduzir e limitar o número de filhos, certamente muitos filhos "indesejados" seriam evitados.A continuar da forma como está, em que as famílias de classe média e alta têm em média um ou dois filhos no máximo, enquanto que as famílias pobres têm em média muitos filhos, a tendência é cada vez mais aumentar a população pobre no Brasil.Em outras palavras, aqueles que têm mais recursos financeiros e que, por conseguinte, poderiam ter mais filhos, de forma a possibilitar-lhes boa educação e condições de saúde, são geralmente os que mais adotam os métodos anti-concepcionais, enquanto que os que vivem na linha da pobreza e que deveriam limitar ao máximo a quantidade de filhos, sob pena de vê-los abandonados e passando necessidades, são os que mais têm.
A tarefa ingrata de ser o guardião do "pulmão" do mundo

- De que adianta o Brasil ter uma imensa floresta amazônica, que é considerada o “pulmão oxigenador do mundo”, se não tem condições de tomar conta dela, para evitar os desmatamentos criminosos (queimadas e comércio ilegal de madeira), bem como a exploração criminosa da fauna e flora da região?
- Se a preservação da floresta amazônica é vital para o equilíbrio ecológico e do meio ambiente do continente americano (ou quiçá do mundo inteiro), porque a ONU ou outras entidades governamentais internacionais não liberam verbas e recursos humanos suficientes para o policiamento e monitoramento daquela região, a fim de evitar que consequencias danosas maiores venham prejudicar toda a população mundial?
- Até que ponto esse papel do Brasil de ser o guardião do patrimônio da humanidade traz benefícios diretos para a população brasileira? Não seria o caso das nações com maiores recursos tecnológicos e militares auxiliarem nesse controle, já que o eco-sistema mundial seria significativamente beneficado com esse esforço conjunto internacional?
Uma nação proporcionalmente privilegiada em relação a outros países
Apesar do clima desfavorável que existe no norte da Europa, onde a neve do inverno impede o cultivo em boa parte do ano, existe lá um aproveitamento razoável do solo, de forma que os meses mais favoráveis compensam pelos demais menos favoráveis. Embora no Brasil hajam tambem algumas espécies de catástrofes, tais como geadas e inundações, os efeitos são menores e menos devastadores que os ciclones, tufões, terremotos, tornados e outros tantos fenômenos que assolam outros países.
É evidente que é muito mais fácil administrar os efeitos de uma enchente do que de um terremoto. Normalmente os efeitos mais danosos das indundações estão nas cidades que não têm uma infra-estrutura adequada para comportar o aumento do volume de água dos rios e córregos que as atravessam.A construção dos "piscinões", apesar de parecer uma medida paliativa, têm se mostrada eficiente para evitar as consequencias mais danosas das chuvas fortes sobre a população. O Brasil como nação privilegiada, tanto pelo seu território, como pelas suas peculiaridades climáticas e tambem pelo seu contingente de mão-de-obra jovem, não era de forma nenhuma para estar com a imagem de uma simples “nação emergente”, mas poderia com toda certeza ser uma potência no hemisfério sul , que alem de auto-suficiente, teria tambem condições de ser um celeiro para o mundo.Porque não tomar modelo de tecnologias de cultivo e irrigação, tais como as utilizadas em Israel com tanto sucesso, para o nosso sertão?


A má distribuição da população gera inúmeros problemas nas grandes cidades
- De que adianta o Brasil ter um território tão grande, com 8.500.000 km² de superfície, se a sua população está tão mal distribuída? O estabelecimento de critérios mais rígidos para a imigrações de “aventureiros”, que superlotam as grandes cidades, certamente evitaria uma série de problemas sociais. Os deslocamentos de famílias entre os estados deveriam ser feitos de forma que se justificasse a permanência de imigrantes, dentro de um plano estratégico de melhor distribuição populacional da terra. É evidente que isso exigiria um melhor controle dos órgãos responsáveis pelo estabelecimento de moradias irregulares nas cidades maiores.No caso das grandes cidades brasileiras, o problema da concentração exagerada da população fez com que as condições ambientais se tornassem extremamente precárias, pois quando essas cidades se estabeleceram, não estavam previstas as necessidades de drenagem de águas pluvias, provenientes das chuvas e do saneamento básico.

A questão do trânsito
O trânsito caótico na grande São Paulo é um exemplo de como a má distribuição da população brasileira contribui negativamente para a qualidade de vida dos paulistanos, que têm o seu tempo roubado por causa dos grandes congestionamentos, alem de terem a saúde prejudicada por causa do "stress" e da alta taxa de agentes poluidores da atmosfera, devido à grande concentração de veículos em pequenos espaços.
A adoção de sistema de rodízio de veículos, tal como existe no chamado "centro expandido" em São Paulo é uma afronta ao direito de utilização do veículo aos cidadãos que necessitam utilizá-lo no dia proibido para o seu final de placa. Por outro lado, a eficiencia do rodízio quanto ao controle ambiental dos poluentes e descongestimento das artérias críticas é duvidosa, pois muitas famílias e empresas dispoem de mais de um veículo e podem escolher o veículo de acordo com o final da placa mais adequado, não impedindo, portanto, que aquela pessoa se desloque de automóvel naquele dia e horário proibido.
A questão de habitação e meio ambiente
Qualque um que viaje pelo Brasil verá a grande quantidade de terra nativa, sem produtividade, enquanto existe gente subnutrida em vários municípios brasileiros. É de se perguntar então porque está tão devagar o processo da Reforma Agrária? Porque o êxodo da população urbana em direção à zona rural não é estimulado substancialmente através de subsídios especiais para novos agricultores? O que está faltando para despertar realmente o interesse do trabalhador para trabalhar na roça? Porque não conceder um prazo limitado aos proprietários de grandes terras, para empregarem mão-de-obra e transformarem as terras ociosas em cultivadas, sob pena de perderem sua propriedade para outros que a aproveitem melhor?
O que dizer daqueles retirantes do interior que tentam mudar a sorte vindo para a cidade grande? Qual é o estímulo de uma pessoa que mora no interior, de ali permanecer, se para ela é mais confortável morar debaixo da ponte ou na favela da cidade grande, do que na casa de pau-a-pique da roça? Ainda que venha a passar fome na cidade, a condição miserável daquele "aventureiro" não vai mudar em relação ao que enfrentava no interior. Ao menos, na cidade grande, ela tem para quem pedir esmolas ou dispõe de energia elétrica "gratuita" no seu barraco.Assim são estabelecidas as favelas e os cortiços, que tendem sempre a aumentar quando os familiares daquele migrante que acabou se "dando bem" na cidade grande, chama tambem seus familiares e conhecidos do interior, estimulando-os a que tambem venham para a cidade na esperança de melhora de vida.

Como solucionar esse problema? Porque não se reembolsa o morador favelado dentro de um critério de desapropriação justo, através de um “valor venal” ajustado para aquelas construções que ocupam espaços privilegiados dentro das grandes cidades, sendo que esses barracos muitas vezes impedem a construção de obras necessárias, tais como vias estratégicas para melhora do transporte rodoviário, alem de serem utilizadas frequentemente como esconderijos de marginais?Com esse tipo de "indenização", se erradicaria definitivamente as favelas para as periferias, para assim tratá-las melhor, através de um plano de urbanização e criação de uma infraestrutura básica para aquelas pessoas. Não se trata simplesmente de transferir o problema de local, mas de propiciar condições de segurança, saneamento, espaço mínimo entre as habitações, criação de ruas e construção de estabelecimentos de utilidade pública, o que na favela seria impossível de se fazer, por falta de planejamento prévio. O Brasil possui um vasto território, sendo que em certas cidades há uma disputa enorme por causa de um pequeno espaço, devido à falta de racionalidade nessa distribuição, o que denota um tremendo absurdo!
Falta de criatividade para geração de novos empregos
A dignidade do ser humano e a sua melhor qualidade de vida estão diretamente ligadas à oferta de empregos e possibilidades de trabalho digno. A pergunta então é: Qual é o estímulo aos empregadores que enfrentam problemas de encargos excessivos e burocracias desnecessárias com os seus empregados?
A geração de novos empregos formais ou informais deveria ser uma meta a ser perseguida em todos os escalões do governo, a fim de aproveitar toda mão-de-obra no país, independentemente do registro formal e da garantia da totalidade de direitos legais do trabalhador.
Afinal, é preferível alguem empregado, mesmo que temporariamente, do que mais um desocupado com possibilidades de cair num desespero, quando não tem sequer o que comer.
Muitos se veem obrigados a colher objetos nos "lixões" para poder vender e transformar em fonte de alimento para a família, porque não têm outra opção melhor para defenderem a sobrevivencia de suas famílias.A falta de emprego leva muitos à criminalidade e à delinquencia, porque a fome e a privação das condições básicas criam o clima de desespero e o sentimento de que "pior que está não pode ficar".
O mau aproveitamento do turismo e do patrimonio público
O turismo, por exemplo, no Brasil era para ser muito melhor explorado e uma fonte de divisas sem precedentes! Nosso litoral com praias de todos os tipos de beleza eram para ser alvo da atenção de todas as agências de turismo internacionais. Porque tendo o México muito menos território e muito menos praias, possui uma infra-estrutura turística tão boa, a ponto de despertar o interesse dos próprios turistas brasileiros, que trocam Porto Seguro por Cancun?
A imagem da violência estampada na mídia internacional tem inibido os turistas de trazerem seus dólares para dentro do nosso país. Muitos daqueles que se aventuram a vir para o Brasil acabam caindo na mão dos malandros, que se valem da ingenuidade dos estrangeiros que aqui chegam pela primeira vez. Quais os pontos de interesse turístico brasileiros que estão recebendo uma atenção especial com vistas a segurança dos visitantes estrangeiros?Qual a punição para os vândalos e pichadores que têm achincalhado os monumentos históricos e ecológicos de nossa tradição?Porque dentro das Secretarias do Meio Ambiente não se criam projetos de baixo custo para o embelezamento e manutenção de nosso rico patrimônio natural? Porque não abrir oportunidades para “padrinhos” empresários, para custeio das despesas de restauração, com direito a retorno financeiro na forma de propaganda e incentivos fiscais?
Com certeza, a administração de um grande país não é tarefa fácil, assim como não o é tambem a de uma cidade enorme como São Paulo. Aliás, na minha opinião, todas as mega-cidades deveriam ter alem de seus prefeitos, um grupo de sub-prefeitos, que o ajudassem na administração dos recursos e localização de necessidades, com a cooperação maior e integrada das secretarias regionais.
Ética e justiças sociais
São tantos os escândalos sobre corrupção na forma de super-faturamentos, caixa 2 e lavagem de dinheiro envolvendo políticos brasileiros, que o perfil do governante ideal não é mais o indivíduo capacitado administrativamente, e sim aquele que é honesto. honestidade se tornou tão rara nesse meio, que a integridade do indivíduo passou a ser o requisito único e suficiente para aqueles que pretendem se candidatar aos cargos administrativos.É lógico que a integridade e a honestidade de um indivíduo são extremamente importantes para o seu desempenho como um administrador, mas não são suficientes. Os governantes precisam tambem ser criativos, conciliadores e negociadores, sabendo dar a devida prioridade para os assuntos de maior urgencia e importancia para a coletividade.Da mesma forma, as boas intenções não são o requisito único para atestar a competencia de um governante. Assim, por exemplo, se ele na melhor de suas intenções, tomar a verba que se destinaria às inúmeras necessidades para alavancar o progresso econômico de uma nação, estado ou cidade e distribuí-la entre as famílias pobres, ele vai estar fazendo uma excelente obra de cunho humanitário, porem vai estar apenas resolvendo temporariamente um grave problema social. É a famosa diferença entre "dar o peixe" e "ensinar a pescar".Por outro lado, os desvios de conduta moral e ética dos governantes têm de ser punidos exemplarmente para que o governo tenha credibilidade perante o povo e as demais nações. Diante desse quadro de escândalos de corrupção que se assiste diariamente, o que a população espera do governo é que as conseqüências de tantas falcatruas levantadas pelas várias CPI’s que já se sucederam, não “terminem novamente em Pizza”, por causa de algumas injustiças discriminatórias tais como a tão questionada “imunidade parlamentar” dos políticos infratores.Outra incoerência absurda e totalmente injusta é a questão das cotas para negros e pardos para ingresso nas faculdades, que ainda está sendo alvo de grandes polêmicas. Há maior discriminação racial do que favorecer um aluno que teve pior desempenho do que o outro, simplesmente porque o outro é de outra cor? A Constituição Brasileira não proíbe qualquer tipo de preconceito?A justificativa de que as cotas para os negros são uma "compensação" por causa de décadas e décadas de discriminação e injustiças cometidas no Brasil não é válida, pois nesse caso temos um erro justificando outro erro. Em outras palavras, a discriminação que outrora foi praticada circunstancialmente contra os negros, agora é praticada oficialmente contra os cidadãos das demais raças.Que culpa tem o aluno que estudou e se preparou melhor para o ingresso na faculdades, se as gerações anteriores foram injustas para com os indivíduos da raça negra? É justo que os inocentes paguem pelo pecado de seus antepassados?
A questão social e da segurança
Particularmente nas grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde a violência campeia, existe um clamor popular contra a impunidade. Vários segmentos da sociedade estão tentando sensibilizar as autoridades no sentido de reprimir o crime com rigor, porem a chamada “Lei dos Direitos Humanos” defendida por muitos demagogos e pessoas com intuito de se promoverem, está conseguindo neutralizar muitas iniciativas. A discussão quanto à questão da idade penal e o desarmamento é prova de que há uma grande polêmica em torno desse assunto, o qual necessita ações imediatas dos governantes, a fim de coibir os abusos e os favoritismos. Assim, a primeira medida que deveria ser tomada pelo governo seria uma revisão nos chamados “direitos humanos”, que normalmente são só direitos dos infratores e desajustados. Esses delinquentes são em geral acobertados por “especialistas” internacionais, que estão mais interessados no sensacionalismo e repercussões da mídia, por causa de medidas enérgicas que eventualmente são tomadas, do que em lutar para que sejam estabelecidos critérios de igualdade e de justiça para todos, inclusive para as vítimas!O que temos vistos são as vítimas fazendo o papel de transgressores e transgressores fazendo o papel de vítimas. O cidadão de bem tem de ficar recluso e preso em sua casa por causa da falta de segurança, enquanto que o bandido anda livremente pelas ruas. Ainda que seja preso temporariamente, o criminoso sempre acha um jeito de escapar, seja por suborno, por um túnel, por fiança ou por resgate de comparsas. Porque não fazer com que todas as penitenciárias se transformem em estabelecimentos de "segurança máxima"?A má fama da nossa Justiça com relação à impunidade e à demora nos processos em julgamento nos tribunais, fizeram com que muitos brasileiros vejam na pena de morte uma solução para o problema de Justiça, embora a Igreja e os defensores dos direitos humanos sejam à princípio contrários a esse tipo de condenação extremista.O fato é que os marginais e delinqüentes têm sempre alguem que os defenda, por mais inescrupulosos e bárbaros que sejam, porem os cidadãos que trabalham honestamente e procuram cumprir seus deveres, são sobre-taxados com impostos cada vez maiores, numa nítida desigualdade de direitos.
As fugas e rebeliões em penitenciárias e Febem’s, evidenciam que há necessidade de uma reformulação radical em todo o sistema judiciário, pois hoje o infrator que sai de um centro de detenção dificilmente sai recuperado. O mais frequente é voltar ao crime assim que cumpra a pena ou consiga escapar. Isto sem se falar em outros privilégios tais como a menoridade e falta de antecedentes.A discrepância entre o valor de um “salário mínimo”, que muitas vezes é a fonte de renda para uma viúva pensionista ou uma família inteira se manter, em relação aos gastos diretos e indiretos para se manter um preso é simplesmente absurda e inexplicável.Porque existem tão poucas colônias penais agrícolas num país tão apropriado para o cultivo como o nosso? Porque estimular a vadiagem e a predisposição para a fuga para os detentos que não trabalham? Porque o trabalhador honesto tem que trabalhar com esforço para levar alimento e mantimentos para sua família, enquanto que o preso tem a opção de trabalhar ou não, com direito a banho de sol, 3 refeições diárias e ainda "visitas íntimas"? Porque todas as cadeias e penitenciárias do Brasil não são auto-sustentáveis através do trabalho obrigatório dos próprios presidiários? Afinal, quem trabalhasse de sol a sol não teria tempo nem disposição para ficar cavando túnel ou fazendo rebelião. Porque os parentes e conhecidos tem de ficar próximos aos detentos, sendo que é comum lhes levarem clandestinamente armas, drogas e celulares nos dias de visita?Igualmente os reformatórios deveriam ter o mesmo caráter de moralização e tratamento. É ilusão imaginar que um jovem ocioso não vá se ocupar de drogas, tentar fugas e se especializar no mundo do crime. Uma forma de administração com características militares poderia ser uma forma de impor respeito e educação aos adolescentes infratores.
Se a correção do deliquente for branda e frouxa, não vai produzir o temor contra uma nova reincidencia. Mais uma vez aqui esbarramos com os “Direitos Humanos”, que com a sua “psicologia moderna” só tem criado uma geração de educadores desmoralizados e uma polícia tímida, que só pode usar sua força na clandestinidade do submundo, quando então ocorrem os exageros e as aberrações tais como as famosas “chacinas”.

Superlotação de celas
Na minha opinião, o ideal para a recuperação dos detentos seria a construção de celas individuais, com todas as condições mínimas de sobrevivencia. Isso evitaria o contato entre os detentos, restringindo-lhes a possibilidade de se organizarem para fugas e rebeliões.Colocar um criminoso numa cela com outros quinze ou vinte delinquentes é o mesmo que colocá-lo em um curso intensivo de criminalidade ao estar em contato permanente com indivíduos ainda mais perigosos. As condições de superlotação só geram revolta e falta de perspectivas para aqueles que pretendem se recuperar.Para aqueles que tivessem boas condições físicas, o trabalho deveria ser obrigatório durante todo o seu período de pena ou internação. Para idosos, mulheres e crianças, trabalho leve; para os homens jovens e adultos, trabalho pesado. Os que não quisessem trabalhar ficariam tambem sem direito a nenhuma outra regalia especial. Portanto, se junto a uma política penal rígida não houver um incremento substancial na geração de trabalho como parte do processo de recuperação dos deliquentes, ainda que sejam atividades modestas, estaremos "empurrando com a barriga" o problema da segurança. É óbvio que a questão da criminalidade está diretamente ligada à questão social. A grande maioria dos assaltantes e assassinos entram na vida do crime porque não tem o que comer nem onde morar. Ele pensa assim: "perdido por perdido, vou tentar pela forma mais fácil". Embora isto não justifique o crime, explica o fato.
É evidente que para qualquer plano nesse sentido dar certo, os carcereiros deveriam ser bem treinados contra agressões e rebeliões. Aliás, na minha opinião, tanto os policiais como os agentes penitenciários, deveriam contar com equipes especiais para emergencias, recebendo remuneração tal que desestimulasse o seu suborno ou a necessidade de trabalho extra na forma de “bicos” como seguranças após o expediente, o que só lhes traz desgaste e exposição da vida aos marginais.
Excesso de leis e pouca eficiencia administrativa
Minha impressão é que no Brasil há muitas leis mas uma capacidade administrativa e criatividade limitadas. Há muitas cláusulas, muitas prerrogativas, muitas liminares, muitos recursos, muitas instâncias e muitos processos complicados, mas pouca ação eficaz sobre os problemas emergenciais da população.
São essas mesmas dificuldades burocráticas e legais para se empregar as pessoas que acabam inibindo muitos empregadores potenciais de estarem recrutando trabalhadores para suas empresas, criando-se assim a tão temida "recessão economica".
O brasileiro já está tão acostumado com filas que já não estranha mais e acaba achando que é normal. Com tanta gente desempregada era para se imaginar que houvessem atendentes em quantidade suficiente em qualquer repartição pública, para evitar qualquer tipo de morosidade. No entanto não é o que acontece. O Brasil tem muitas pessoas envolvidas com legislação e questões jurídicas, fazendo com que a nação tenha um estigma crônico de burocracia e uma lerdeza no fluxo das atividades na maior parte dos setores da sociedade. Parecem haverem poucas pessoas habilitadas para solucionar problemas de uma forma prática e sensata. O que foi feito do antigo “Ministério da Desburocratização”?
Os desacreditados e monótonos veículos de comunicação oficiais
O que o Brasil necessita não são políticos loquazes, que desperdiçam o tempo bem remunerado, durante o qual deviam estar cuidando dos reais interesses da população, para ficarem promulgando homenagens banais e demagogias, que tornam o horário obrigatório do rádio extremamente monótono.Aquilo que poderia ser um veículo ágil de informação e cultura passou a ser vítima do “clic” nacional do desligamento do aparelho. Porque não fazer um programa de qualidade que faça frente ao império dos poderosos noticiários da TV? O problema não está na falta de jornalistas e pessoas talentosas na área de comunicação. O problema está no conteúdo que é extremamente chato e regionalista.Porque é que aquilo que é oficial do governo em geral é de pior qualidade do que o que é da iniciativa privada? Está na hora de conquistar a credibilidade e gosto do povo através de idéias criativas e construtivas, tomando exemplo nos empreendimentos bem sucedidos existentes aqui e no exterior.
Introdução e análise geral dos problemas
Não é meu objetivo ser simplesmente mais um a criticar e apontar defeitos, sem apresentar propostas concretas e exequíveis dentro das nossas possibilidades e da realidade da nossa nação.Antes de qualquer consideração, quero deixar claro que não tenho nenhum interesse político com esta iniciativa, não represento nenhuma comunidade, nem tenho qualquer ligação partidária com quem quer que seja. As propostas aqui apresentadas não deverão em nenhuma hipótese serem reputadas como reivindicações, mesmo porque elas não visam interesses pessoais ou unilaterais. Antes, têm como objetivo o bem comum.Na visão de todos os brasileiros e de muitos estrangeiros, o Brasil é o tipo de nação que teria tudo para dar certo em todos os aspectos e ser o melhor país do mundo para se morar. No entanto, infelizmente não é.Temos um imenso território invejado por muitas nações “nanicas” e no entanto, a má distribuição geográfica da população faz com que boa parte dela more em condições precárias, “entupindo” os grandes centros urbanos e gerando uma série de problemas de ordem social.Somos um país continental, com apenas 14 habitantes por km² e com mão-de-obra abundante. Se compararmos com a Inglaterra, com seus trezentos e tantos habitantes por km², ou com a China, com mais de 100 habitantes por km², ou com a Holanda, com seus 440 habitantes por km², veremos o quanto o Brasil é privilegiado nesse aspecto geográfico e, no entanto, não se prevalece disso. A população brasileira se caracteriza, sob o aspecto demográfico por baixa densidade, com muitas áreas semi-povoadas e composição com prevalência de jovens. Como consequencia, ocorre a incidencia de elevados encargos para a população economicamente ativa e crescentes necessidades de infra-estruturas educacionais e habitacionais. Alem disso, a elevada taxa de natalidade entre as famílias pobres eleva o número de menores abandonados, os quais vivem entre privações sociais e a criminalidade. A desnutrição infantil ainda é frequente no sertão nordestino, onde a taxa de mortalidade infantil é um estigma crônico e aterrador. Tudo isso é o retrato de uma desequilibrada distribuição que existe no país, seja a nível geográfico ou econômico.A densidade tem diferente importância numa civilização agrícola primitiva e numa civilização moderna industrial. O crescimento descontrolado da população exige uma abordagem não só biológica, ou antropológica e demográfica, mas tambem médica, econômica, sociológica, jurídica, política e religiosa. Huxley foi claro em sua previsão: "Esta é a última geração capaz de tratar livremente o problema populacional. A sucessiva será compulsoriamente compelida a fazê-lo".
A necessidade de um controle de natalidade eficaz e acessível a todos
O controle da natalidade é uma necessidade para países emergentes, como o Brasil, em que as condições de educação e saúde são deficitárias e insuficientes. A postura de algumas entidades governamentais e religiosas ao reprovar os métodos contraceptivos, além de retrógrada é desumana, pois parece ignorar que a maior parte dos inúmeros casais pobres sem condições de criarem filhos, só não adotam os meios anti-concepcionais porque não têm recursos financeiros ou esclarecimentos para praticá-lo.
Isto significa que, se houvessem recursos e informações básicas acessíveis a essa população mais pobre, no sentido de reduzir e limitar o número de filhos, certamente muitos filhos "indesejados" seriam evitados.A continuar da forma como está, em que as famílias de classe média e alta têm em média um ou dois filhos no máximo, enquanto que as famílias pobres têm em média muitos filhos, a tendência é cada vez mais aumentar a população pobre no Brasil.Em outras palavras, aqueles que têm mais recursos financeiros e que, por conseguinte, poderiam ter mais filhos, de forma a possibilitar-lhes boa educação e condições de saúde, são geralmente os que mais adotam os métodos anti-concepcionais, enquanto que os que vivem na linha da pobreza e que deveriam limitar ao máximo a quantidade de filhos, sob pena de vê-los abandonados e passando necessidades, são os que mais têm.
A tarefa ingrata de ser o guardião do "pulmão" do mundo

- De que adianta o Brasil ter uma imensa floresta amazônica, que é considerada o “pulmão oxigenador do mundo”, se não tem condições de tomar conta dela, para evitar os desmatamentos criminosos (queimadas e comércio ilegal de madeira), bem como a exploração criminosa da fauna e flora da região?
- Se a preservação da floresta amazônica é vital para o equilíbrio ecológico e do meio ambiente do continente americano (ou quiçá do mundo inteiro), porque a ONU ou outras entidades governamentais internacionais não liberam verbas e recursos humanos suficientes para o policiamento e monitoramento daquela região, a fim de evitar que consequencias danosas maiores venham prejudicar toda a população mundial?
- Até que ponto esse papel do Brasil de ser o guardião do patrimônio da humanidade traz benefícios diretos para a população brasileira? Não seria o caso das nações com maiores recursos tecnológicos e militares auxiliarem nesse controle, já que o eco-sistema mundial seria significativamente beneficado com esse esforço conjunto internacional?
Uma nação proporcionalmente privilegiada em relação a outros países
Apesar do clima desfavorável que existe no norte da Europa, onde a neve do inverno impede o cultivo em boa parte do ano, existe lá um aproveitamento razoável do solo, de forma que os meses mais favoráveis compensam pelos demais menos favoráveis. Embora no Brasil hajam tambem algumas espécies de catástrofes, tais como geadas e inundações, os efeitos são menores e menos devastadores que os ciclones, tufões, terremotos, tornados e outros tantos fenômenos que assolam outros países.
É evidente que é muito mais fácil administrar os efeitos de uma enchente do que de um terremoto. Normalmente os efeitos mais danosos das indundações estão nas cidades que não têm uma infra-estrutura adequada para comportar o aumento do volume de água dos rios e córregos que as atravessam.A construção dos "piscinões", apesar de parecer uma medida paliativa, têm se mostrada eficiente para evitar as consequencias mais danosas das chuvas fortes sobre a população. O Brasil como nação privilegiada, tanto pelo seu território, como pelas suas peculiaridades climáticas e tambem pelo seu contingente de mão-de-obra jovem, não era de forma nenhuma para estar com a imagem de uma simples “nação emergente”, mas poderia com toda certeza ser uma potência no hemisfério sul , que alem de auto-suficiente, teria tambem condições de ser um celeiro para o mundo.Porque não tomar modelo de tecnologias de cultivo e irrigação, tais como as utilizadas em Israel com tanto sucesso, para o nosso sertão?


A má distribuição da população gera inúmeros problemas nas grandes cidades
- De que adianta o Brasil ter um território tão grande, com 8.500.000 km² de superfície, se a sua população está tão mal distribuída? O estabelecimento de critérios mais rígidos para a imigrações de “aventureiros”, que superlotam as grandes cidades, certamente evitaria uma série de problemas sociais. Os deslocamentos de famílias entre os estados deveriam ser feitos de forma que se justificasse a permanência de imigrantes, dentro de um plano estratégico de melhor distribuição populacional da terra. É evidente que isso exigiria um melhor controle dos órgãos responsáveis pelo estabelecimento de moradias irregulares nas cidades maiores.No caso das grandes cidades brasileiras, o problema da concentração exagerada da população fez com que as condições ambientais se tornassem extremamente precárias, pois quando essas cidades se estabeleceram, não estavam previstas as necessidades de drenagem de águas pluvias, provenientes das chuvas e do saneamento básico.

A questão do trânsito
O trânsito caótico na grande São Paulo é um exemplo de como a má distribuição da população brasileira contribui negativamente para a qualidade de vida dos paulistanos, que têm o seu tempo roubado por causa dos grandes congestionamentos, alem de terem a saúde prejudicada por causa do "stress" e da alta taxa de agentes poluidores da atmosfera, devido à grande concentração de veículos em pequenos espaços.
A adoção de sistema de rodízio de veículos, tal como existe no chamado "centro expandido" em São Paulo é uma afronta ao direito de utilização do veículo aos cidadãos que necessitam utilizá-lo no dia proibido para o seu final de placa. Por outro lado, a eficiencia do rodízio quanto ao controle ambiental dos poluentes e descongestimento das artérias críticas é duvidosa, pois muitas famílias e empresas dispoem de mais de um veículo e podem escolher o veículo de acordo com o final da placa mais adequado, não impedindo, portanto, que aquela pessoa se desloque de automóvel naquele dia e horário proibido.
A questão de habitação e meio ambiente
Qualque um que viaje pelo Brasil verá a grande quantidade de terra nativa, sem produtividade, enquanto existe gente subnutrida em vários municípios brasileiros. É de se perguntar então porque está tão devagar o processo da Reforma Agrária? Porque o êxodo da população urbana em direção à zona rural não é estimulado substancialmente através de subsídios especiais para novos agricultores? O que está faltando para despertar realmente o interesse do trabalhador para trabalhar na roça? Porque não conceder um prazo limitado aos proprietários de grandes terras, para empregarem mão-de-obra e transformarem as terras ociosas em cultivadas, sob pena de perderem sua propriedade para outros que a aproveitem melhor?
O que dizer daqueles retirantes do interior que tentam mudar a sorte vindo para a cidade grande? Qual é o estímulo de uma pessoa que mora no interior, de ali permanecer, se para ela é mais confortável morar debaixo da ponte ou na favela da cidade grande, do que na casa de pau-a-pique da roça? Ainda que venha a passar fome na cidade, a condição miserável daquele "aventureiro" não vai mudar em relação ao que enfrentava no interior. Ao menos, na cidade grande, ela tem para quem pedir esmolas ou dispõe de energia elétrica "gratuita" no seu barraco.Assim são estabelecidas as favelas e os cortiços, que tendem sempre a aumentar quando os familiares daquele migrante que acabou se "dando bem" na cidade grande, chama tambem seus familiares e conhecidos do interior, estimulando-os a que tambem venham para a cidade na esperança de melhora de vida.

Como solucionar esse problema? Porque não se reembolsa o morador favelado dentro de um critério de desapropriação justo, através de um “valor venal” ajustado para aquelas construções que ocupam espaços privilegiados dentro das grandes cidades, sendo que esses barracos muitas vezes impedem a construção de obras necessárias, tais como vias estratégicas para melhora do transporte rodoviário, alem de serem utilizadas frequentemente como esconderijos de marginais?Com esse tipo de "indenização", se erradicaria definitivamente as favelas para as periferias, para assim tratá-las melhor, através de um plano de urbanização e criação de uma infraestrutura básica para aquelas pessoas. Não se trata simplesmente de transferir o problema de local, mas de propiciar condições de segurança, saneamento, espaço mínimo entre as habitações, criação de ruas e construção de estabelecimentos de utilidade pública, o que na favela seria impossível de se fazer, por falta de planejamento prévio. O Brasil possui um vasto território, sendo que em certas cidades há uma disputa enorme por causa de um pequeno espaço, devido à falta de racionalidade nessa distribuição, o que denota um tremendo absurdo!
Falta de criatividade para geração de novos empregos
A dignidade do ser humano e a sua melhor qualidade de vida estão diretamente ligadas à oferta de empregos e possibilidades de trabalho digno. A pergunta então é: Qual é o estímulo aos empregadores que enfrentam problemas de encargos excessivos e burocracias desnecessárias com os seus empregados?
A geração de novos empregos formais ou informais deveria ser uma meta a ser perseguida em todos os escalões do governo, a fim de aproveitar toda mão-de-obra no país, independentemente do registro formal e da garantia da totalidade de direitos legais do trabalhador.
Afinal, é preferível alguem empregado, mesmo que temporariamente, do que mais um desocupado com possibilidades de cair num desespero, quando não tem sequer o que comer.
Muitos se veem obrigados a colher objetos nos "lixões" para poder vender e transformar em fonte de alimento para a família, porque não têm outra opção melhor para defenderem a sobrevivencia de suas famílias.A falta de emprego leva muitos à criminalidade e à delinquencia, porque a fome e a privação das condições básicas criam o clima de desespero e o sentimento de que "pior que está não pode ficar".
O mau aproveitamento do turismo e do patrimonio público
O turismo, por exemplo, no Brasil era para ser muito melhor explorado e uma fonte de divisas sem precedentes! Nosso litoral com praias de todos os tipos de beleza eram para ser alvo da atenção de todas as agências de turismo internacionais. Porque tendo o México muito menos território e muito menos praias, possui uma infra-estrutura turística tão boa, a ponto de despertar o interesse dos próprios turistas brasileiros, que trocam Porto Seguro por Cancun?
A imagem da violência estampada na mídia internacional tem inibido os turistas de trazerem seus dólares para dentro do nosso país. Muitos daqueles que se aventuram a vir para o Brasil acabam caindo na mão dos malandros, que se valem da ingenuidade dos estrangeiros que aqui chegam pela primeira vez. Quais os pontos de interesse turístico brasileiros que estão recebendo uma atenção especial com vistas a segurança dos visitantes estrangeiros?Qual a punição para os vândalos e pichadores que têm achincalhado os monumentos históricos e ecológicos de nossa tradição?Porque dentro das Secretarias do Meio Ambiente não se criam projetos de baixo custo para o embelezamento e manutenção de nosso rico patrimônio natural? Porque não abrir oportunidades para “padrinhos” empresários, para custeio das despesas de restauração, com direito a retorno financeiro na forma de propaganda e incentivos fiscais?
Com certeza, a administração de um grande país não é tarefa fácil, assim como não o é tambem a de uma cidade enorme como São Paulo. Aliás, na minha opinião, todas as mega-cidades deveriam ter alem de seus prefeitos, um grupo de sub-prefeitos, que o ajudassem na administração dos recursos e localização de necessidades, com a cooperação maior e integrada das secretarias regionais.
Ética e justiças sociais
São tantos os escândalos sobre corrupção na forma de super-faturamentos, caixa 2 e lavagem de dinheiro envolvendo políticos brasileiros, que o perfil do governante ideal não é mais o indivíduo capacitado administrativamente, e sim aquele que é honesto. honestidade se tornou tão rara nesse meio, que a integridade do indivíduo passou a ser o requisito único e suficiente para aqueles que pretendem se candidatar aos cargos administrativos.É lógico que a integridade e a honestidade de um indivíduo são extremamente importantes para o seu desempenho como um administrador, mas não são suficientes. Os governantes precisam tambem ser criativos, conciliadores e negociadores, sabendo dar a devida prioridade para os assuntos de maior urgencia e importancia para a coletividade.Da mesma forma, as boas intenções não são o requisito único para atestar a competencia de um governante. Assim, por exemplo, se ele na melhor de suas intenções, tomar a verba que se destinaria às inúmeras necessidades para alavancar o progresso econômico de uma nação, estado ou cidade e distribuí-la entre as famílias pobres, ele vai estar fazendo uma excelente obra de cunho humanitário, porem vai estar apenas resolvendo temporariamente um grave problema social. É a famosa diferença entre "dar o peixe" e "ensinar a pescar".Por outro lado, os desvios de conduta moral e ética dos governantes têm de ser punidos exemplarmente para que o governo tenha credibilidade perante o povo e as demais nações. Diante desse quadro de escândalos de corrupção que se assiste diariamente, o que a população espera do governo é que as conseqüências de tantas falcatruas levantadas pelas várias CPI’s que já se sucederam, não “terminem novamente em Pizza”, por causa de algumas injustiças discriminatórias tais como a tão questionada “imunidade parlamentar” dos políticos infratores.Outra incoerência absurda e totalmente injusta é a questão das cotas para negros e pardos para ingresso nas faculdades, que ainda está sendo alvo de grandes polêmicas. Há maior discriminação racial do que favorecer um aluno que teve pior desempenho do que o outro, simplesmente porque o outro é de outra cor? A Constituição Brasileira não proíbe qualquer tipo de preconceito?A justificativa de que as cotas para os negros são uma "compensação" por causa de décadas e décadas de discriminação e injustiças cometidas no Brasil não é válida, pois nesse caso temos um erro justificando outro erro. Em outras palavras, a discriminação que outrora foi praticada circunstancialmente contra os negros, agora é praticada oficialmente contra os cidadãos das demais raças.Que culpa tem o aluno que estudou e se preparou melhor para o ingresso na faculdades, se as gerações anteriores foram injustas para com os indivíduos da raça negra? É justo que os inocentes paguem pelo pecado de seus antepassados?
A questão social e da segurança
Particularmente nas grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, onde a violência campeia, existe um clamor popular contra a impunidade. Vários segmentos da sociedade estão tentando sensibilizar as autoridades no sentido de reprimir o crime com rigor, porem a chamada “Lei dos Direitos Humanos” defendida por muitos demagogos e pessoas com intuito de se promoverem, está conseguindo neutralizar muitas iniciativas. A discussão quanto à questão da idade penal e o desarmamento é prova de que há uma grande polêmica em torno desse assunto, o qual necessita ações imediatas dos governantes, a fim de coibir os abusos e os favoritismos. Assim, a primeira medida que deveria ser tomada pelo governo seria uma revisão nos chamados “direitos humanos”, que normalmente são só direitos dos infratores e desajustados. Esses delinquentes são em geral acobertados por “especialistas” internacionais, que estão mais interessados no sensacionalismo e repercussões da mídia, por causa de medidas enérgicas que eventualmente são tomadas, do que em lutar para que sejam estabelecidos critérios de igualdade e de justiça para todos, inclusive para as vítimas!O que temos vistos são as vítimas fazendo o papel de transgressores e transgressores fazendo o papel de vítimas. O cidadão de bem tem de ficar recluso e preso em sua casa por causa da falta de segurança, enquanto que o bandido anda livremente pelas ruas. Ainda que seja preso temporariamente, o criminoso sempre acha um jeito de escapar, seja por suborno, por um túnel, por fiança ou por resgate de comparsas. Porque não fazer com que todas as penitenciárias se transformem em estabelecimentos de "segurança máxima"?A má fama da nossa Justiça com relação à impunidade e à demora nos processos em julgamento nos tribunais, fizeram com que muitos brasileiros vejam na pena de morte uma solução para o problema de Justiça, embora a Igreja e os defensores dos direitos humanos sejam à princípio contrários a esse tipo de condenação extremista.O fato é que os marginais e delinqüentes têm sempre alguem que os defenda, por mais inescrupulosos e bárbaros que sejam, porem os cidadãos que trabalham honestamente e procuram cumprir seus deveres, são sobre-taxados com impostos cada vez maiores, numa nítida desigualdade de direitos.
As fugas e rebeliões em penitenciárias e Febem’s, evidenciam que há necessidade de uma reformulação radical em todo o sistema judiciário, pois hoje o infrator que sai de um centro de detenção dificilmente sai recuperado. O mais frequente é voltar ao crime assim que cumpra a pena ou consiga escapar. Isto sem se falar em outros privilégios tais como a menoridade e falta de antecedentes.A discrepância entre o valor de um “salário mínimo”, que muitas vezes é a fonte de renda para uma viúva pensionista ou uma família inteira se manter, em relação aos gastos diretos e indiretos para se manter um preso é simplesmente absurda e inexplicável.Porque existem tão poucas colônias penais agrícolas num país tão apropriado para o cultivo como o nosso? Porque estimular a vadiagem e a predisposição para a fuga para os detentos que não trabalham? Porque o trabalhador honesto tem que trabalhar com esforço para levar alimento e mantimentos para sua família, enquanto que o preso tem a opção de trabalhar ou não, com direito a banho de sol, 3 refeições diárias e ainda "visitas íntimas"? Porque todas as cadeias e penitenciárias do Brasil não são auto-sustentáveis através do trabalho obrigatório dos próprios presidiários? Afinal, quem trabalhasse de sol a sol não teria tempo nem disposição para ficar cavando túnel ou fazendo rebelião. Porque os parentes e conhecidos tem de ficar próximos aos detentos, sendo que é comum lhes levarem clandestinamente armas, drogas e celulares nos dias de visita?Igualmente os reformatórios deveriam ter o mesmo caráter de moralização e tratamento. É ilusão imaginar que um jovem ocioso não vá se ocupar de drogas, tentar fugas e se especializar no mundo do crime. Uma forma de administração com características militares poderia ser uma forma de impor respeito e educação aos adolescentes infratores.
Se a correção do deliquente for branda e frouxa, não vai produzir o temor contra uma nova reincidencia. Mais uma vez aqui esbarramos com os “Direitos Humanos”, que com a sua “psicologia moderna” só tem criado uma geração de educadores desmoralizados e uma polícia tímida, que só pode usar sua força na clandestinidade do submundo, quando então ocorrem os exageros e as aberrações tais como as famosas “chacinas”.

Superlotação de celas
Na minha opinião, o ideal para a recuperação dos detentos seria a construção de celas individuais, com todas as condições mínimas de sobrevivencia. Isso evitaria o contato entre os detentos, restringindo-lhes a possibilidade de se organizarem para fugas e rebeliões.Colocar um criminoso numa cela com outros quinze ou vinte delinquentes é o mesmo que colocá-lo em um curso intensivo de criminalidade ao estar em contato permanente com indivíduos ainda mais perigosos. As condições de superlotação só geram revolta e falta de perspectivas para aqueles que pretendem se recuperar.Para aqueles que tivessem boas condições físicas, o trabalho deveria ser obrigatório durante todo o seu período de pena ou internação. Para idosos, mulheres e crianças, trabalho leve; para os homens jovens e adultos, trabalho pesado. Os que não quisessem trabalhar ficariam tambem sem direito a nenhuma outra regalia especial. Portanto, se junto a uma política penal rígida não houver um incremento substancial na geração de trabalho como parte do processo de recuperação dos deliquentes, ainda que sejam atividades modestas, estaremos "empurrando com a barriga" o problema da segurança. É óbvio que a questão da criminalidade está diretamente ligada à questão social. A grande maioria dos assaltantes e assassinos entram na vida do crime porque não tem o que comer nem onde morar. Ele pensa assim: "perdido por perdido, vou tentar pela forma mais fácil". Embora isto não justifique o crime, explica o fato.
É evidente que para qualquer plano nesse sentido dar certo, os carcereiros deveriam ser bem treinados contra agressões e rebeliões. Aliás, na minha opinião, tanto os policiais como os agentes penitenciários, deveriam contar com equipes especiais para emergencias, recebendo remuneração tal que desestimulasse o seu suborno ou a necessidade de trabalho extra na forma de “bicos” como seguranças após o expediente, o que só lhes traz desgaste e exposição da vida aos marginais.
Excesso de leis e pouca eficiencia administrativa
Minha impressão é que no Brasil há muitas leis mas uma capacidade administrativa e criatividade limitadas. Há muitas cláusulas, muitas prerrogativas, muitas liminares, muitos recursos, muitas instâncias e muitos processos complicados, mas pouca ação eficaz sobre os problemas emergenciais da população.
São essas mesmas dificuldades burocráticas e legais para se empregar as pessoas que acabam inibindo muitos empregadores potenciais de estarem recrutando trabalhadores para suas empresas, criando-se assim a tão temida "recessão economica".
O brasileiro já está tão acostumado com filas que já não estranha mais e acaba achando que é normal. Com tanta gente desempregada era para se imaginar que houvessem atendentes em quantidade suficiente em qualquer repartição pública, para evitar qualquer tipo de morosidade. No entanto não é o que acontece. O Brasil tem muitas pessoas envolvidas com legislação e questões jurídicas, fazendo com que a nação tenha um estigma crônico de burocracia e uma lerdeza no fluxo das atividades na maior parte dos setores da sociedade. Parecem haverem poucas pessoas habilitadas para solucionar problemas de uma forma prática e sensata. O que foi feito do antigo “Ministério da Desburocratização”?
Os desacreditados e monótonos veículos de comunicação oficiais
O que o Brasil necessita não são políticos loquazes, que desperdiçam o tempo bem remunerado, durante o qual deviam estar cuidando dos reais interesses da população, para ficarem promulgando homenagens banais e demagogias, que tornam o horário obrigatório do rádio extremamente monótono.Aquilo que poderia ser um veículo ágil de informação e cultura passou a ser vítima do “clic” nacional do desligamento do aparelho. Porque não fazer um programa de qualidade que faça frente ao império dos poderosos noticiários da TV? O problema não está na falta de jornalistas e pessoas talentosas na área de comunicação. O problema está no conteúdo que é extremamente chato e regionalista.Porque é que aquilo que é oficial do governo em geral é de pior qualidade do que o que é da iniciativa privada? Está na hora de conquistar a credibilidade e gosto do povo através de idéias criativas e construtivas, tomando exemplo nos empreendimentos bem sucedidos existentes aqui e no exterior.